O que você faz quando sente dores ou desconfortos no corpo? A maioria das pessoas procura auxílio médico ao desconfiar de que algo não vai bem com a saúde, não é mesmo? No entanto, existem doenças com sintomas tão sutis que o paciente nem sabe que é preciso procurar ajuda.
É o caso, por exemplo, do bruxismo, uma doença que afeta cerca de 30% da população mundial (no Brasil, a porcentagem chega a 40%). Porém, como nem sempre os sinais de alerta se manifestam, muitas vezes, a pessoa só descobre que sofre de bruxismo quando visita o dentista para tratar outro problema.
Se você nunca ouviu falar sobre isso, saiba que o bruxismo é caracterizado pelo ranger ou apertar dos dentes, especialmente durante o sono. Essa desordem funcional afeta crianças e adultos (em especial mulheres), e o movimento é causado por contrações involuntárias na região da mandíbula.
Quer saber mais sobre as causas e o tratamento de bruxismo? Acompanhe:
Causas e fatores de risco do bruxismo
Existem diversas causas que podem desencadear o problema, e as possíveis razões para a manifestação do bruxismo devem ser investigadas durante o diagnóstico. As mais comuns são:
- ansiedade e estresse;
- apneia do sono;
- refluxo;
- depressão;
- alinhamento incorreto dos dentes;
- uso de certos medicamentos (como antidepressivos).
Em crianças, o distúrbio costuma ser classificado em dois tipos:
- o bruxismo patológico, que surge como resposta a uma alta carga de estresse ou mudanças significativas na rotina (como começar em outra escola ou em caso de separação dos pais);
- o bruxismo fisiológico, que se manifesta por volta dos 6 anos (durante a troca de dentição), quando a fricção é uma resposta natural à acomodação dos dentes.
De acordo com as possíveis causas, é viável identificar alguns fatores de risco envolvidos no desenvolvimento do bruxismo:
- idade: o transtorno é mais comum em crianças, e tende a desaparecer na adolescência;
- personalidade: pessoas com temperamento agressivo e competitivo têm mais chances de manifestar a doença;
- estado psicológico: sensações de estresse, tensão e ansiedade estão intimamente ligadas ao distúrbio;
- medicamentos e drogas: o bruxismo surge como efeito colateral do uso indiscriminado;
- problemas neurológicos: algumas doenças, como mal de Parkinson ou doença de Huntington, estão relacionadas ao ranger dos dentes;
- vícios: tabaco e álcool aumentam a propensão ao bruxismo.
Sintomas
Embora nem sempre o bruxismo apresente sintomas significativos, a grande maioria das pessoas que recebe o diagnóstico relata alguns sinais recorrentes que apontam para a manifestação do distúrbio.
Entre os sintomas mais comuns, podemos citar:
- dores inexplicáveis nos dentes e na mandíbula;
- estalos na mandíbula ao abrir ou fechar a boca;
- fraturas e lascas nos dentes;
- alterações no padrão de sono;
- sensibilidade excessiva nos dentes;
- dores ou zumbidos no ouvido;
- desgaste ou amolecimento dos dentes;
- dores de cabeça, no pescoço e nos ombros.
Muitas vezes, o paciente só busca ajuda após relatos de outras pessoas que presenciaram o ranger de dentes durante o sono. O diagnóstico de bruxismo pode ser feito pelo dentista, pelo clínico geral ou por um fonoaudiólogo, por meio de observação clínica e análise dos sintomas relatados.
Consequências do bruxismo
O distúrbio não é considerado grave, mas existem consequências significativas quando o paciente não procura tratamento adequado. O bruxismo pode causar danos permanentes e evoluir para outros problemas de saúde, prejudicando a qualidade de vida da pessoa. Além de dores persistentes nos dentes, mandíbula e face, o ranger pode ser responsável por:
- problemas gástricos;
- insônia crônica;
- quebra de dentes;
- enfraquecimento dos ossos da arcada;
- inflamações no tecido da gengiva;
- desgaste irreversível dos dentes;
- disfunções da articulação têmporo mandibular (ATM).
Por isso, é importante ficar atento aos sintomas e procurar auxílio médico ao perceber qualquer sinal de alerta.
Tratamento
Ainda não existe cura para o bruxismo, mas existem diversas opções de tratamento que podem minimizar os sintomas e evitar consequências mais graves para o paciente.
De maneira geral, o tratamento é feito de forma multidisciplinar, envolvendo profissionais de diversas especialidades e uma combinação de tratamentos paliativos, além de tratar a causa do problema.
Os recursos mais utilizados no tratamento de bruxismo são:
Placas de proteção
As placas utilizadas no tratamento podem ser flexíveis (de silicone) ou rígidas (de acrílico). Sua função é proteger os dentes durante o atrito e, por isso, devem ser utilizadas durante toda a noite (e, em alguns casos, durante o dia também).
As placas são produzidas de acordo com o formato da arcada dentária de cada paciente, encaixando-se perfeitamente nos dentes superiores e inferiores. Além de evitar o desgaste dos dentes, elas podem evitar a contração dos músculos e ajudar a manter a mandíbula em uma posição mais relaxada.
Fisioterapia
Quando o bruxismo já se encontra em estágio avançado e prejudica o movimento de abertura da boca do paciente, é necessário passar por sessões de fisioterapia para recuperar as funções das articulações. A fisioterapia também pode ser coadjuvante do tratamento de bruxismo para minimizar as dores e melhorar a qualidade de vida.
Toxina botulínica
O popular botox, que, normalmente, é utilizado para fins estéticos, também pode fazer parte do tratamento de bruxismo. A aplicação da toxina botulínica contribui para o relaxamento do músculo, diminuindo a incidência de contrações involuntárias.
Medicamentos
Em alguns casos, o profissional pode recomendar medicamentos (como antidepressivos, ansiolíticos, calmantes e relaxantes musculares) nos primeiros estágios do tratamento e por um curto período de tempo, para ajudar no controle do estresse e da ansiedade, que favorecem a manifestação do distúrbio.
Técnicas de relaxamento
Ferramentas de controle e gerenciamento do estresse, como técnicas de respiração, meditação e yoga, podem trazer bons resultados quando combinadas a outros recursos dentro do tratamento de bruxismo.
Acompanhamento psicológico
Em boa parte dos casos, o paciente pode se beneficiar de acompanhamento com terapeutas, psicólogos ou até psiquiatras, quando o distúrbio continua a se manifestar e prejudicar o sono e a saúde de forma geral.
O diagnóstico precoce é a melhor maneira de evitar problemas mais graves. Com o tratamento de bruxismo, é possível diminuir consideravelmente a dor e evitar danos permanentes aos dentes. Por isso, é fundamental procurar um profissional especializado ao notar os primeiros sintomas.
Além disso, é recomendado investir em prevenção, mantendo hábitos saudáveis de alimentação (evitando cafeína e tabaco), ingerindo quantidades adequadas de água e buscando formas de reduzir o estresse.
E você, já conhecia o tratamento de bruxismo? Conhece alguém que sofre com esse problema? Compartilhe nosso post nas suas redes sociais e ajude outras pessoas a se informar sobre a doença!
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